Finados, 02 de novembro, é o dia criado para honrar e lembrar pessoas que já faleceram.
No Brasil, faz parte de um costume católico e consiste em visitar as sepulturas dos entes queridos que já morreram e enfeitar seus túmulos com flores. As pessoas também acendem velas por suas almas e rezam por eles no cemitério.
É uma data delicada. Normalmente nos faz entrar em contato com a lembrança da perda de algum ente querido. Memórias e sentimentos são vividos e revividos mais intensamente, tornando-se um momento para refletirmos sobre este processo doloroso chamado ”luto”, sentimento profundo de tristeza e pesar pela morte de alguém.
“Finados” também é tempo de silêncio, de oração e de reflexão. Que sentido estou dando à minha vida? Ou melhor ainda: o que está dando sentido à minha vida hoje? Dia de reviver lembranças, recordar momentos e pessoas queridas. Dia de sentir saudade.
E qual o significado desta palavra tão cantada em versos, em prosas, em músicas e retratada em todas as artes, a saudade?
Este sentimento nos leva a lugares e tempos distantes. Provoca dor, a presença de uma ausência, lugar onde o amor se aninhou. Mas provoca alegria também, pois se sentimos saudades de algo ou alguém é porque o objeto da saudade nos trouxe felicidade, foi algo ou alguém que amamos.
Rubem Alves consegue descrever tão bem este sentimento:
“A saudade é o bolso onde a alma guarda aquilo que ela provou e aprovou. Aprovadas foram as experiências que deram alegria.
O que valeu a pena está destinado à eternidade.
A saudade é o rosto da eternidade refletido no rio do tempo.”
Neste dia de finados, procure estar com seus amigos, com as pessoas que ama. Aproveite esse momento de paz e silêncio para fazer uma oração, recordar as melhores lembranças, transmitir seus sentimentos e levar flores para quem faleceu.
Sugestões de leitura, filme e site:
Livro
Um livro que propõe um novo olhar para a vida.
Em “A morte é um dia que vale a pena viver”, Ana Claudia tem a coragem de lidar com um tema que é ainda um tabu. Em toda a sua vida profissional, a médica enfrentou dificuldades para ser compreendida, para convencer que o paciente merece atenção mesmo quando não há mais chances de cura.
Após toda a luta, agora os Cuidados Paliativos têm status de política pública, recebendo do Estado a atenção que ela sempre sonhou. Sobre a arte de ganhar existem muitas lições, mas e sobre a arte de perder?
Ninguém quer falar a respeito disso, mas a verdade é que passamos muito tempo da nossa vida em grande sofrimento quando perdemos bens, pessoas, realidades, sonhos. Saber perder é a arte de quem conseguiu viver plenamente o que ganhou um dia. Em 2012, Ana Claudia Quintana Arantes deu uma palestra ao TED que rapidamente viralizou, ultrapassando a marca de 1,7 milhão de visualizações.
A última fala do vídeo, “A morte é um dia que vale a pena viver”, se tornou o título do livro que, desde seu lançamento em 2016, vem conquistando um público cada vez maior.
Uma das maiores referências sobre Cuidados Paliativos no Brasil, a autora aborda o tema da finitude sob um ângulo surpreendente. Segundo ela, o que deveria nos assustar não é a morte em si, mas a possibilidade de chegarmos ao fim da vida sem aproveitá-la, de não usarmos nosso tempo da maneira que gostaríamos. Invertendo a perspectiva do senso comum, somos levados a repensar nossa própria existência e a oferecer às pessoas ao redor a oportunidade de viverem bem até o dia de sua partida. Em vez de medo e angústia, devemos aceitar nossa essência para que o fim seja apenas o término natural de uma caminhada.
Filme
Miguel é um menino de 12 anos que quer muito ser um músico famoso, mas ele precisa lidar com sua família que desaprova seu sonho. Determinado a virar o jogo, ele acaba desencadeando uma série de eventos ligados a um mistério de 100 anos. A aventura, com inspiração no feriado mexicano do Dia dos Mortos, acaba gerando uma extraordinária reunião familiar.
Site
http://vamosfalarsobreoluto.com.br/
‘Vamos falar sobre o luto?’ é uma plataforma digital de informação, inspiração e conforto para quem perdeu alguém que ama ou para quem deseja ajudar um amigo nessa etapa tão difícil. Uma tentativa de romper com o tabu e tornar a experiência menos triste e solitária.
Adriana Paes
Psicóloga – CRP 9093
Mestre em Educação