Segundo estudo do Vigitel, a taxa de obesidade no país teve um aumento de 67%. As explicações para a chamada pandemia da obesidade vão desde o desequilíbrio entre a ingestão e gasto de calorias pelos indivíduos, passando pelos fatores genéticos, socioeconômicos, ambientais e individuais, que podem afetar ainda mais o aparecimento da obesidade. E pode estar relacionado a um aumento na incidência de doenças como o câncer, diabetes, hipertensão, acidente vascular cerebral e doenças cardiovasculares, doenças renais crônicas, dentre outras.
Para mudar esse cenário, o Instituto
Vencer o Câncer (IVOC) lançou, no Dia Mundial de Combate ao Câncer, 4 de fevereiro, a campanha Alimentos Tarja Verde, que tem o objetivo de difundir informações sobre prevenção da obesidade infantil e estimular hábitos saudáveis. A campanha nasceu da ideia de que a vida saudável tem menos custo do que cuidar da doença.
O sedentarismo também foi apontado como um problema de saúde pública, assim como o consumo de álcool, o tabagismo e a má alimentação.
O perigo dos alimentos ultraprocessados:
Os alimentos ultraprocessados são formulações industriais feitas inteiramente, ou em sua maioria, de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos usados para dotar os produtos de propriedades sensoriais atraentes).
Entre essa classificação temos os seguintes alimentos: biscoitos, sorvetes, balas e guloseimas em geral, cereais açucarados para o desjejum matinal, bolos e misturas para bolo, barras de cereal, sopas, macarrão e temperos ‘instantâneos’, molhos, salgadinhos “de pacote”, refrescos e refrigerantes, iogurtes e bebidas lácteas adoçados e aromatizados, bebidas energéticas, produtos congelados e prontos para aquecimento como pratos de massas, pizzas, hambúrgueres e extratos de carne de frango ou peixe empanados do tipo nuggets, salsichas e outros embutidos, pães de forma, pães para hambúrguer ou hot dog, pães doces e produtos panificados cujos ingredientes incluem substâncias como gordura vegetal hidrogenada, açúcar, amido, soro de leite, emulsificantes e outros aditivos.
Alimentos ultraprocessados “enganam” os dispositivos de que nosso organismo dispõe para regular o balanço de calorias. Como consequência, quando consumimos alimentos ultraprocessados, tendemos, sem perceber, a ingerir mais calorias do que necessitamos; e calorias ingeridas e não gastas inevitavelmente acabam estocadas em nosso corpo na forma de gordura. O resultado é a obesidade.
Por esse motivo a campanha incentiva o consumo de alimentos in natura, como são os casos das: frutas, verduras, legumes, grãos e peixes. Entre esses alimentos destacamos: maçã, manga, nozes, repolho, sardinha, abacate, abacaxi, abóbora, alho, brócolis, cebola, cenoura, espinafre, feijão, gengibre, laranja, limão e salmão.
Vanessa Cirilo Caetano
Nutricionista CRN9 – 19417
– Dias, CS. Verona, AP. Excesso de peso, obesidade e educação no Brasil. Saúde (Santa Maria) Vol. 45, n. 2, p. 1-8, maio/agosto, 2019.
– Caetano, VC. Alvim, BF. Silva, BEC, et.al. Consumo de alimentos processados e ultraprocessados em indivíduos adultos com excesso de peso. HU Revista, Juiz de Fora, v. 43, n. 3, p. 355-362, out./dez. 2017
– Bray, GA. Kim, JPH. Obesity: a chronicrelapsingprogressivediseaseprocess. A position statementofthe World Obesity Federation. ObesRev, [internet] 2017 [acesso em 2018 mar 14]; v.18,715–723. Disponível em: http://onlinelibrary. wiley.com/doi/10.1111/obr.12551/epdf